domingo, 14 de dezembro de 2014

Vamos brincar de fazer contas?

Foto de um apartamento à venda na imobiliária zapimóveis em Curitiba (site)


Vamos brincar de fazer contas?

            Hoje vamos brincar com números um pouco maiores. Digamos que você acabou de receber as chaves de seu novo apartamento. É a realização do sonho da vida de um elevadíssimo percentual da população. Junto com as chaves vem uma nova preocupação. Os móveis que você tem na casa alugada que está ocupando, irão servir para o novo imóvel? Você mediu se vai ser possível passar pelas escadas, ou elevadores com aquele armário antigo, tão bonito e resistente pois é de madeira maciça? Aquela mesa de imbuia, herdada de sua avó, que está na família há mais de duas gerações. Tantas recordações! Em quantas festas de aniversário foi usada para colocar o bolo, os doces, salgados e os enfeites? Se não passar pelo elevador, nem escada, existe possibilidade de subir externamente?  Ela passa pela janela?

            É possível que seja necessário desfazer-se de tudo isso, depois adquirir a mobília nova, toda desmontável, fácil de subir pois vem em caixas de papelão. Em pouco tempo um entendido no assunto deixa tudo pronto e montadinho. Ainda nem falamos na geladeira que você tinha comprado faz apenas um ano, toda moderna, cheia dos recursos que você gosta, sua mulher tem verdadeira fixação nesse modelo. Vai passar na porta do elevador? Ou consegue quem a carregue escada acima sem machucar a pintura, tanto do objeto como das paredes do prédio?
Calculadora 1.

Calculadora 2

Calculadora com fita. 

            - Mas para isso eu tenho a calculadora! Porque vou me preocupar em fazer cálculos mentalmente? Isso é coisa de maluco.

Suponha que você está dirigindo, no meio do trânsito e a ideia lhe ocorre. Começa a se preocupar com a possibilidade de o custo ultrapassar suas possibilidades de pagamento. Uma prestação aqui, outra ali, um conserto do carro que não estava no programa e pronto, o orçamento está furado. Para ajudar a fazer ao menos uma estimativa aproximada de quanto poderá gastar em compra de novos móveis e outros utensílios domésticos, o cálculo mental pode ajudar muito. Vamos supor que o ganho líquido mensal da família seja de R$ 4.218,00, já deduzidas as contribuições de previdência, sindicato e alguma associação de funcionários de que faça parte. O valor da prestação mensal do imóvel é de R$ 886,00. Certamente tem em mente o gasto mensal com alimentação, luz, água, gás, telefone. Vamos supor que os gastos totais com alimentação sejam de R$ 630,00 em média. A conta de energia elétrica venha oscilando em torno de R$ 132,00. O gasto com gás seja de R$ 45,00 (um botijão por mês em média). O telefone com inernet e TV a cabo alcançam em R$ 150,00. A conta da água é de R$ 55,00. É evidente que poderá haver variações na conta de energia, água e mesmo gás na nova habitação.
Relógio medidor de EE

Medidor moderno de EE

Vejamos como você irá obter uma estimativa de quanto poderá dispor para fazer prestações e deixar a nova moradia em condições mínimas de uso. Comecemos a somar os valores maiores:   R$ 630,00 de alimentação e R$ 886,00, é a prestação.

Pode fazer rapidamente 800 + 600 = 1400. É suficiente somar 8 + 6 e acrescentar os dois “zeros”, o que significa que já tem um valor de 1400,00. Os 80,00 + 30,00 = 110,00, somados os dois temos agora 1.510,00. As unidades serão apenas o 6,00, chegando a R$ 1.516,00. É um valor relativamente fácil de lembrar. Vamos então ver quanto somam os outros valores, que são: 132,00 + 45,00 + 150,00 + 55,00 =? Temos dois valores de mais de 100,00 o que nos dá até aqui 200,00. As dezenas são 30,00 + 40,00 + 50,00 + 50,00 = 170,00. Vamos agora às unidades: 2,00 + 5,00 + 0 + 0 = 7,00. Juntando os três valores teremos R$ 377,00.
Isso nos dá até aqui: 1.516,00 + 377,00 =?
Teremos então: 1500,00 + 300,00 = 1800,00
                                 10,00 + 70,00 =  80,00
                                    6,00 + 7,00 = 13,00
Reunindo o que enumeramos acima vamos ter então: R$ 1.893,00
Modelo de hidrômetro.

Modelo de hidrômetro.

Hidrômetro.

Vamos ver quanto sobra?
Dos R$ 4.218,00 que entram no “caixa” familiar no final de cada mês, já temos comprometido o valor acima. Vamos descontar:

8,00 – 3,00 = 5,00 - sobram cinco unidades.
210,00 – 90,00 = 120,00 o que nos deixa com 4.125,00.

Já subtraímos 93,00. Falta deduzir 1.800,00 desse valor. Teremos que emprestar 1 do 4 ao outro um, para obter 11. Agora 11 – 8 = 3. Dos 3.000 tiramos 1.000, restando 2000,00.

Isso nos deixa com um saldo de R$ 2.325,00.
Telefone antigo de mesa.

Telefone de mesa moderno.
Botijão de gás P13
Botijão de gás P45

Telefone sem fio.


Mas não se esqueça que há a despesa com gasolina, se você é fumante, reserve o dinheiro para o cigarro, ou deixe de fumar. O custo do transporte de filhos para escola, tudo isso deve ser contabilizado. O procedimento pode ser feito de maneira idêntica ao feito acima. Vou deixar para cada um aplicar ao seu próprio caso. Você pode até encontrar maneiras mais práticas de fazer esses cálculos mentalmente. Existem outros “jeitinhos” de fazer as continhas em partes. Encontre seu jeito mais prático, que se adapte à sua forma de raciocínio. Para chegar aos resultados mais difíceis, é preciso começar pelos mais simples. Aos poucos aumentar o nível de dificuldade. Sem nunca desistir. Não dê folga ao cérebro, pois ele pode se tornar preguiçoso. Isso é um risco quando a gente se vicia em usar calculadoras para tudo. Não estou falando em abolir seu uso. Ao contrário, elas nos são muito úteis, mas para mantermos nossa mente em constante uso e bom funcionamento, precisamos exercitar todos os dias.

Ler é outra coisa importante. É claro que se torna mais cômodo apenas sentar diante da TV e assistir aos filmes, jogos, noticiários, mudar de canal a todo momento. Nem se mexer muito. Mas isso traz um sério problema, o sedentarismo. É preciso se mexer, movimentar o corpo. Que tal escrever pequenos textos no computador? Use o editor de textos com a língua portuguesa como idioma do revisor de textos. Ele irá lhe indicar os principais erros de redação e assim você consegue melhorar sua técnica de redação. Talvez acabe descobrindo que tem vocação para escritor, colunista de jornal, revista, blogueiro, contista, criador de enredos de novelas ou histórias para filmes. Tudo isso serve, na pior das hipóteses, para treinar o cérebro e um dia se tornar campeão. Não tenha medo, seu cérebro é igual a uma mina inexplorada. Só vai descobrir o que pode sair dali, depois que começar a explorá-la. A vantagem dessa mina é que não ocorrem desmoronamentos, não vai haver gente soterrada, nada disso. Tudo que sair de lá serão lucros pessoais seus, que poderão ser revertidos em seu benefício ou das pessoas com quem você convive. Cabe a você iniciar agora mesmo a exploração dessa riqueza encerrada em sua cabeça. O único investimento é um pouco de tempo, mas não precisa nem suprimir tempo precioso de seu trabalho ou mesmo descanso. É possível manter o cérebro em atividade enquanto o corpo descansa como um todo. A escolha é sua.




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